ONDA DE VIOLÊNCIA EM MINAS GERAIS NÃO POUPA POLICIAIS

O Sargento do Quadro de Reserva da Polícia Militar de Minas Gerais, Osmar Lourenço, foi assassinado na noite da última quarta-feira, 05/10, durante uma tentativa de assalto, em Belo Horizonte. Baleado durante a troca de tiros, o militar foi socorrido, mas faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O fato acende o alerta para o cenário caótico que se instaurou no estado. Apenas nos últimos dias, quatro policiais foram mortos. A onda de criminalidade em Minas Gerais não poupa civis nem agentes de segurança pública.

A violência contra policiais é um assunto que vem sendo denunciado pela Aspra/PMBM há um longo tempo, principalmente na imprensa. O presidente da associação, sargento Bahia, esclarece que, por atuar na linha de frente do combate à criminalidade, estes profissionais estão expostos, e de certa forma sozinhos, na medida em que os outros atores do sistema de segurança pública e justiça criminal não atuam de forma eficaz. Outro agravante está no fato de que a segurança pública no estado não é prioridade e não recebe os recursos humanos, logísticos e financeiros de que necessita, enquanto o crime está organizado e bem equipado.

"Nos entristece saber que, para os gestores, a morte do nosso amigo e irmão de farda se tornará apenas mais um número frio nas estatísticas. Números estes, aliás, que colocam o Brasil em primeiro lugar no ranking dos países que mais matam policiais", observou Bahia, se referindo aos dados apresentados durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública realizado em setembro.

Dados apontam que 500 policiais morrem em território brasileiro, em média, anualmente. Os números sobre suicídio entre profissionais brasileiros de segurança pública também são alarmantes: cerca de 100 por ano. Estes números são bem superiores aos registrados em países desenvolvidos. Na França, por exemplo, a média é de 06 policiais assassinados por ano e o país registra a metade dos casos de suicídio.