Zema desrespeita os veteranos e golpeia a integralidade e paridade dos militares

O governador Romeu Zema anunciou, na última quarta-feira (12/03), a concessão do vale-alimentação para policiais e bombeiros militares, bem como para policiais civis e policiais penais, da ativa. No entanto, a medida tem como resultado o aprofundamento da crise com os servidores da segurança pública em Minas Gerais.

A decisão do governador, que prevê um benefício de R$ 50 diários – podendo chegar a R$ 75 para quem atingir metas – acaba por dividir a categoria enquanto deixa de enfrentar o problema central: uma recomposição salarial que corrija a perda inflacionária acumulada nos últimos anos.

"Esse anúncio aprofunda a crise com o servidor da segurança pública, pois segmenta uma parte dos profissionais e ignora a questão mais importante, que é a recuperação das perdas inflacionárias. Hoje, nossos contracheques refletem uma perda efetiva de 41%", criticou o vice-presidente da ASPRA/PMBM, Sargento Bahia.

A ASPRA/PMBM destaca que, embora o auxílio de alimentação represente um ganho para os militares da ativa, ele é apenas paliativo diante de uma realidade que coloca Minas Gerais entre os estados com os piores índices de remuneração no país._ "Um soldado de carreira em Minas Gerais figura no 17º pior salário do Brasil, e a situação é similar para as demais graduações"_, ressaltou o vice-presidente da ASPRA.

Para a associação, a proposta de Zema concede “penduricalhos” para o pessoal da ativa, mas deixa de lado a discussão fundamental sobre a recomposição salarial. "Não se trata apenas de um abono de alimentação; precisamos de uma política de recomposição que, ao menos, compense anualmente as perdas inflacionárias que se acumularam ao longo dos cinco anos", declarou Sargento Bahia.

Mobilizações em Belo Horizonte se intensificarão para pressionar por soluções estruturais que garantam a valorização de todos os militares, ativos e veteranos, da Gloriosa PMMG.