UBERABA SITIADA: A FALÊNCIA DO ESTADO
A madrugada desta segunda-feira, 06/11, foi aterrorizante para os cidadãos uberabenses. Cerca de trinta bandidos portando armas de grosso calibre, distribuídos em 10 veículos, assaltaram a Rodoban, empresa de transporte de valores.
Os criminosos iniciaram a ação por volta das 3h da madrugada e, enquanto parte do grupo roubava o cofre, o restante cercava áreas estratégicas do município, entre elas a sede da Rodoban e o 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Durante aproximadamente 30 minutos a população, aterrorizada, foi refém dos bandidos que atiravam para o alto e a esmo, inclusive na guarita onde o vigia da empresa se protegeu. Também foram usados explosivos durante o assalto. Felizmente, não houve vítimas fatais.
Trata-se de mais uma ação do movimento denominado “novo cangaço”, ou seja, grupos de bandidos fortemente armados que, conscientes de que o efetivo da PM no interior do estado é insuficiente para um enfrentamento deste tipo, planejam e executam crimes extremamente violentos.
A reincidência dessas ações típicas, infelizmente, já era tragédia anunciada e denunciada por essa associação de classe por diversas vezes. Lamentável, ainda, é a sensação de abandono por parte do Estado, que parece não dar à pasta da segurança pública a atenção merecida e necessária. Resulta dessa negligência um estado de guerra que oprime e deixa acuados os cidadãos de bem.
“Acrescenta-se ao efetivo insuficiente a falta de investimento por parte do Governo do Estado também em estrutura e chegaremos às principais razões pelas quais os nossos militares estão tão vulneráveis e expostos”, disse sargento Bahia, presidente da Aspra/PMBM.
Ele também cobra a criação de um serviço de inteligência dedicado exclusivamente ao mapeamento dessas ações criminosas. “O governo demonstra que está longe do foco da questão da segurança pública, o que enfraquece o nosso desempenho. Obviamente, quanto mais policiais nas ruas, mais protegida estará a população”, argumentou Bahia.
Para o presidente da Aspra/PMBM, a ousadia dos bandidos é tamanha que os levou a atacar a oitava maior cidade de Minas Gerais. “Se a marginalidade já tivesse sido combatida e acuada desde o princípio, como denunciamos e alertamos, certamente esse lamentável fato não teria ocorrido. Quem paga a dívida do Estado é o ciadão de bem”, concluiu.